Com certeza você já ouviu alguém afirmar que “quanto mais velho o vinho, melhor”. Ou então, que algo ou alguém “envelheceu tão bem quanto vinho”. Mas será que isso é verdade?
Essa noção tem grande verdade, mas saiba que nem todos os vinhos foram feitos para envelhecer. Inclusive, a grande maioria dos vinhos atuais são feitos para o consumo quase imediato. Esses acabam não aguentando anos de estoque na adega.
Quer entender melhor sobre isso? Continue lendo e saiba como funciona o envelhecimento dos vinhos!
O que é grau de maturidade?
Tem que entender de maturação para entender de envelhecimento. O que faz um vinho estar no ponto para beber é o seu grau de maturidade. Mas o que é isso?
A maturação é o auge de sabor da bebida. Um momento que as suas propriedades estarão perfeitamente harmônicos, valorizando muito bem os componentes taninos e o aroma.
Mas calma! Não é que o vinho vai necessariamente ter um sabor melhor porque ficou mais tempo guardado. Na verdade, existem características próprias da produção de cada tipo de vinho para se levar em consideração se ele será melhor consumido na hora ou depois de algum tempo. Entenda melhor a seguir!
Como deve ser o vinho para envelhecer?
Não é qualquer vinho que pode ficar anos sem ser consumido, não. É preciso atingir alguns requisitos, como uma estrutura robusta e ter uma boa base de taninos (o que dá aquela boa sensação de adstringência), acidez, álcool ou açúcar residual.
Ou, então, uma combinação de alguns desses quesitos – além da base, que precisa necessariamente ser de uma uva com boa qualidade. Portanto, quais pontos mais importantes a se considerar? Taninos, acidez e procedência da fruta.
Geralmente, os vinhos que podem (e merecem ser guardados), têm uma boa relação entre os taninos e a acidez. A razão disso é que, sem acidez, o vinho perde o frescor bem rápido e não fica bom após guardado.
Por fim, é muito importante que o vinho possua uma base rica de fruta (uva que seja boa e madura). Sem ela, o vinho perde completamente o gosto ao longo do tempo. Ou seja: vários fatores estão relacionados ao tipo de vinho ideal para envelhecer.
Você pode estar se perguntando: será que os vinhos que tenho em casa se dariam bem nesse esquema?
Pois os principais vinhos das mais reconhecidas vinícolas, os Premium, com certeza são ótimos candidatos ao envelhecimento.
Muitos desses vinhos são deliciosos se consumidos imediatamente, mas geralmente ganham qualidades de sabor com o tempo. Os grandes Cabernet Sauvignon de Bordeaux e os Pinot Noir da Borgonha, por exemplo, podem ser guardados por anos. Os Barolos, Brunellos e Barbarescos italianos também combinam muito bem com o passar do tempo.
Lembre-se de que, de maneira geral, o tintos jovens podem possuir uma vida média de 5 a 8 anos. Já os brancos, de 2 a 3 anos.
Quando falamos de vinhos brancos de qualidade, esses podem chegar a 6 anos de maturação. Os tintos de qualidade podem possuir de 15 a 50 anos de sobrevida.
O que muda no gosto do vinho que é envelhecido
Agora você já entendeu que envelhecer um vinho é uma decisão. Ou seja, mais do que conhecer os requisitos, é preciso conhecer seu próprio paladar.
Muitos nem sabem o que o envelhecimento do vinho realmente afeta. Um vinho jovem geralmente tem características mais fortes, como aroma, corpo, quantidade de tanino, acidez e fruta bem presente.
Porém, com o tempo, a tendência que o sabor do vinho envelhecido fique mais delicado, com aromas e taninos mais sutis. Em geral, um pouco menos de frescor do que quando jovem.
Agora você já conhece bem as peculiaridades de um bom vinho envelhecido e, quando ouvir um “quanto mais velho o vinho, melhor”, você já pode responder: “depende”!